sexta-feira, 15 de abril de 2011

Respostas: dúvidas ainda maiores


            Questionamentos, verdades absolutas e idealizações - devaneios à parte que foram produzidos pela mente humana e possuem grande potencial destrutivo -. A preocupação quanto à produção de conhecimento incide na ausência de cautela. Os cientistas, um tanto quanto egoístas, acabam por não checar as duas facetas da moeda - fator diferencial entre a glória e o fracasso -.
            Nos embalos da revolução industrial, o homem, embasado na filosofia baconiana, domina a natureza em prol do auto-comodismo (ego dominante). Deste modo, trabalha para desenvolver um manual de instruções dos recursos naturais munido de objetivos certeiros: saciar seus luxos e ostentar superioridade. Superioridade, pois, idealizada.
            A aparente sutil diferença entre ideia e impressão (sentido), torna-se ponto chave no desenrolar de uma cadeia científica destrutiva ou construtiva, isto é, tal divergência relatada por David Hume separa a teoria idealizada da prática vivida. Apesar de a tecnologia ser a união de técnica (prática) com teoria, possui uma utilidade teórica, criada por um determinado indíviduo e, certamente, teoria e prática nem sempre caminham de mãos atadas.
            Durante a insaciável busca ao bem estar, a ciência fez uso da energia nuclear, a qual converte o calor emitido pela reação em energia elétrica. Pura teoria: o caráter destrutivo é evidente com o aparecimento das bombas atômicas. Por outro lado, o estudo de células embrionárias constata a função construtiva da ciência.
            A inocência - ou descaso das pesquisas científicas - enaltece a ânsia pelo resultado imediato. O caminho e o destino são irrelevantes quando a sociedade exige soluções e, os prisioneiros que viram a luz fora da caverna de Platão, não sabem o que fazer com ela.  

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