Um dia normal, para mim, para você. Normal até aquela ligação, aquela praga que se alastra tão velozmente e tem o poder de acabar com o dia de qualquer um. E infelizmente o “acabar” é no sentido mais árduo, forte e perpétuo. Simplesmente acabou.
Ausência de reação, insistência da maldita “ficha” que não consegue cair. Não pode ser! E nada diferente se passa pela cabeça nesse instante.
À posteriori as lembranças invadem, chegam de mansinho, sem avisar. Bons momentos, tatuados eternamente no peito de quem sente saudade. Involuntariamente os lábios se curvam formando um sorriso singelo, tímido, que logo cobre toda a face ao ver aquela foto. Verão, final de tarde, flor da juventude reunida sem motivos aparentes, a não ser o imenso sentimento de bem estar. Sim, a mais pura felicidade. Mal podia se imaginar que aquele ser “fominha” e “brigão” não conseguisse bloquear essa bola.
Foi forte, machucou, o fez abandonar o jogo e deixar todos os seus companheiros de equipe abestalhados. Pois não há, no banco, quiçá no mundo inteiro, um reserva a altura. Aquele ali, meu amigo, é insubstituível.
A única conclusão que é possível obter no momento é que, apesar da dor enorme da perda, o que impera majestosamente é o sorriso nas profundidades dos olhos lacrimejantes de quem jamais, em momento algum, apaga uma tatuagem.
Egi, essa tatuagem é você.